A indústria têxtil enfrenta desafios críticos de desperdício de matéria-prima, ineficiência produtiva e falta de digitalização nos processos de modelagem e corte de tecidos. O tecido representa entre 40% e 60% do custo total de uma confecção, mas até 25% desse material pode ser desperdiçado no processo de corte devido à baixa eficiência no encaixe dos moldes. No Brasil, mais de 4 milhões de toneladas de tecido são descartadas anualmente, representando um problema ambiental e financeiro significativo. Além disso, 60% das confecções produzem acima de 3.000 peças por mês, mas a maioria delas ainda opera com processos manuais, sem acesso a tecnologias de modelagem e encaixe automáticos. Os softwares disponíveis no mercado possuem altos custos de licenciamento, difícil integração e exigem máquinas potentes para rodar, criando uma barreira para pequenas e médias empresas. Outro grande problema do setor é a falta de agilidade na precificação e aprovação de produtos. Empresas de varejo podem levar até 15 dias para calcular custos de tecido e aprovar um modelo devido à complexidade dos processos e à necessidade de reanálises manuais de encaixe. Essa falta de digitalização não apenas reduz a competitividade das empresas, mas também aumenta os custos operacionais e limita o crescimento do setor têxtil, dificultando sua modernização e escalabilidade.